Por que os casos de HIV dispararam entre os jovens brasileiros?

“O medo da morte, as imagens cadavéricas de pessoas que definhavam ficaram para trás, mas a doença ainda é grave”, explica infectologista

Os dados divulgados por um levantamento realizado pelo Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde assustam: de 2006 a 2015, o número de brasileiros infectados pelo vírus da AIDS saltou, na faixa etária de 15 a 19 anos, de 2,4 para 6,9 para cada cem mil habitantes.

No caso de jovens com idades entre 20 e 24 anos, o número passou de 15,9 para 33,1; e para homens com idades entre 25 e 29 anos, de 40,9 para 49,5. Estatisticamente, os números revelam algo mais preocupante do que apenas números de grandes projeções: o vírus da AIDS voltou a crescer, principalmente entre os jovens.

Diferentemente da epidemia de HIV que assolou o Brasil na década de 80, a doença tem se alastrado de forma silenciosa entre os jovens. “O medo da morte, as imagens cadavéricas de pessoas que definhavam na segunda ala do hospital Emílio Ribas [localizado na região central da capital paulista] ficaram para trás, mas a doença ainda é grave. Naquela época, todo mundo tinha um amigo ou conhecia alguém que estava muito mal de AIDS”, explica o Dr. Paulo Olzon, infectologista e clínico geral da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

O primeiro registro da terapia antirretroviral ministrada contra a AIDS data de 1996. O tratamento medicamentoso combate os danos causados pelo vírus ao sistema imunológico. Hoje, apesar das descobertas de outras substâncias mais efetivas que acarretem sintomas não tão fortes, o princípio ativo permanece o mesmo.

“Há várias opções de tratamentos, inclusive menos tóxicos. É uma gama muito grande de remédios, quem determina o uso é o Ministério da Saúde. Entretanto, a base permanece a mesma. Não é um tratamento contra uma infecção ou inflamação qualquer, como o de pneumonia, por exemplo, que você toma, sara e acabou”, explica o Dr. Olzon.

Existe, atualmente, também o método de profilaxia pós-exposição, que se trata, basicamente, da ingestão diária de um medicamento contra o vírus por pacientes não infectados após terem se exposto a uma situação considerada de risco. Um fator importante, neste caso, é que mesmo que o método seja considerado uma “salvaguarda” contra o vírus, não protege, efetivamente, contra outras DSTs.

No caso da AIDS, o infectologista é categórico ao afirmar a importância da prevenção: “A forma de se prevenir é através do uso de preservativo durante as relações sexuais. Hoje, não se vê mais campanhas, incentivos governamentais falando sobre o assunto. É preciso que essas informações cheguem aos jovens, que são muito diferentes dos portadores da década de 80, por exemplo. É muito raro morrer de AIDS hoje, mas isso não tira todo o estigma e sofrimento que essa pessoa vai passar durante a sua vida. É um tratamento para o resto da vida.”

Os efeitos colaterais mais comuns nos portadores do vírus que realizam o tratamento são: zumbido no ouvido, tontura, inflamação dos nervos periféricos e formigamentos.

Fonte: https://claudia.abril.com.br

Aplicativo melhora cognição de idosos com perda de memória

Desenvolvido por um professor da USP e equipe de neuropsicólogos, o Mente Turbinada já conta com 30 mil usuários

Quem convive com idosos sabe o quanto os lapsos de memória podem afetar negativamente o sistema cognitivo. E não é só impressão: segundo estudo realizado pelo Conectaí, iniciativa do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), 40% dos brasileiros têm esquecimentos recorrentes após os 50 anos de idade.

Muitas vezes, a falta de estímulo também pode diminuir significativamente outros papéis cruciais do cérebro como a atenção e a concentração. Foi analisando as queixas dos idosos em seu consultório que, regularmente, reclamavam da perda significativa de memória, mas que não apresentavam nenhuma doença progressiva como o mal de Alzheimer, que o Dr. Paulo Camiz, geriatra, professor da Universidade de São Paulo e do Hospital das Clínicas, decidiu agir e desenvolveu, o aplicativo Mente Turbinada.

Especialistas da área têm considerado o cérebro como um órgão plástico. “Que pode e deve ser exercitado como um músculo, ou seja, quanto mais você estimular, mais ele irá se desenvolver”, explica o Dr. Paulo. Desenvolvido há três anos pelo médico e por uma equipe de neuropsicólogos da Universidade de São Paulo, a plataforma disponível hoje nas versões web, iOS e Android, foi ao ar em janeiro de 2016. “Vi que havia uma demanda muito grande dos meus pacientes, eles não tinham nenhuma doença, mas sofriam muito com o excesso de informação e a rotina, muitas vezes sedentária de um idoso”, explica. Hoje, o aplicativo possui mais de 30 mil usuários, e pode ser usado gratuitamente, mas também dispõe de uma parte paga, que disponibiliza mais recursos para o usuário.

A plataforma reúne jogos que buscam aprimorar pontos cruciais no desenvolvimento cerebral como atenção, concentração, raciocínio, cálculo e memória. O aplicativo também possui um método individualizado para cada pessoa, por exemplo, se um usuário está com um déficit de atenção, ele sugerirá mais testes de atenção. E, aos poucos, irá aumentando os níveis de dificuldade, de acordo com o progresso do usuário. “Ele também tem se mostrado uma forma potente e eficaz de prevenir doenças degenerativas. Pode, inclusive, ser usado por pessoas que já possuam em um estágio mais inicial e que tenham familiaridade com aparelhos tecnológicos, mesmo que seja pequena”, pontua o geriatra.

Fonte: https://claudia.abril.com.br

Obesidade: um café da manhã farto ajuda a prevenir?

Novas pesquisas sugerem que transformar a primeira refeição do dia na mais calórica traz benefícios e previne o ganho de peso

“Tome café como um rei, almoce como um marquês e jante como um plebeu.” O velho provérbio é repetido com a frequência de um mantra no consultório da endocrinologista Maria Edna de Melo, do Hospital das Clínicas de São Paulo. É uma tentativa, às vezes inglória, de estimular seus pacientes a adotar hábitos alimentares mais regrados: “Quem toma café da manhã – um bom café, não só aquele cafezinho preto – geralmente tem uma ingestão maior de lactose, de frutas, de fibras”, diz Maria Edna. Tem uma alimentação mais variada e nutritiva.

Frequentemente, o conselho cai no vazio: “Tem quem diga não sentir fome pela manhã. Mas esse é um hábito que se aprende”. A recomendação ganha mais força com uma nova leva de estudos que encontrou evidências científicas para confirmar: quanto maior for a refeição no café da manhã, aparentemente, melhor.

A mais recente dessas pesquisas foi feita nos Estados Unidos e recém-publicada no Journal of Nutrition, um periódico científico especializado em alimentação. Os pesquisadores acompanharam, por sete anos, os hábitos alimentares de mais de 50 mil pessoas que faziam parte de comunidades adventistas nos Estados Unidos e no Canadá.

Os dados mostraram que, em média, aquelas que faziam do café da manhã a refeição mais farta tinham IMC (índice de massa corporal) menor que aquelas que comiam mais no almoço ou no jantar. Também eram mais magras aquelas pessoas que faziam jejum no fim do dia – ou seja, demoravam, pelo menos, 18 horas entre a última refeição do dia anterior e a primeira do dia seguinte. “Nossos resultados sugerem que, para adultos relativamente saudáveis, comer a maior refeição pela manhã pode ser um método eficiente para prevenir ganho de peso a longo prazo”, escreveram os autores.

Não é um hábito fácil de adotar. Ainda que aprecie um café da manhã respeitável, provavelmente é no almoço ou no jantar que você come mais: “Comer é um hábito social – as pessoas se reúnem com os amigos para jantar”, e não para tomar café da manhã, diz Maria Edna. É assim no mundo todo. Uma análise de estudos, feita por pesquisadores do King’s College de Londres e publicada no ano passado, mostrou que, no mundo inteiro – salvo algumas exceções –, as pessoas fazem do jantar sua refeição mais calórica. Vale a pena inverter essa distribuição – e dar mais importância à primeira refeição do dia?

A invenção do café da manhã

A primeira refeição do dia talvez seja, também, a mais controversa. A relação que mantemos com o café da manhã variou muito ao longo da história. A ideia de que se deve tomar um  “café da manhã de rei” é antiga – o provérbio remonta ao século XVI. De acordo com a professora Gerda Pot, do King’s College de Londres – que examinou a questão em uma pesquisa publicada em 2016 –, o dito surgiu na Europa num momento em que essa refeição passava por uma reabilitação. Por séculos, durante a idade média europeia, ela foi vista como um ato pecaminoso ou como um privilégio das camadas mais favorecidas da população. Aos camponeses, por exemplo, cabia uma refeição no intervalo do trabalho – e não antes de começar as tarefas do dia.

No século XX, a mesa de café se converteu num campo de batalha. Os primeiros anos do século viram ganhar espaço a ideia de que o café da manhã era a refeição mais importante do dia. A máxima foi criada pelo austríaco Edward Bernays, um especialista em relações públicas (e sobrinho de Freud) que, durante a década de 1920,  trabalhou para uma empresa americana fabricante de bacon e presunto.

Bernays escreveu um documento exaltando os benefícios de um bom café da manhã – de preferência um que incluísse carne de porco, em detrimento dos cereais de milho que ganhavam espaço nas mesas americanas. Segundo a historiadora Abigail Carroll,  autora do livro The invention of the American meal, o documento foi despachado a 4.500 médicos, que concordaram em assinar o trabalho, endossando suas conclusões. Eles emprestaram à propaganda de Bernays ares de pesquisa séria. Foi uma peça de pseudociência que reverberou na consciência popular: “O resultado foi que as vendas de bacon cresceram”, diz Bernays em uma entrevista disponível no YouTube. “E eu ainda tenho uma carta do presidente da empresa me falando desse sucesso.”

Nos anos seguintes, ganhou força a ideia de que não tomar café da manhã expunha a pessoa  a riscos, fazia crescer as chances de ganho de peso e obesidade. A teoria era de que quem não comia pela manhã sentia mais fome nas refeições seguintes – e exagerava na alimentação ao longo do resto do dia. Nada que a ciência tenha conseguido confirmar.

No ano passado, uma equipe da Universidade de Bath, no Reino Unido, publicou os resultados de um experimento que acompanhou, por seis semanas, um grupo de 70 pessoas entre 21 e 60 anos. A ideia era pôr à prova o mito de que não tomar café da manhã colabora para o ganho de peso. A uma parte do grupo, os cientistas recomendaram jejum pela manhã – até o meio-dia. A outra parte, receitaram uma dieta: um cardápio para a refeição matutina. Ao fim da experiência, perceberam que não havia diferenças entre as oscilações de peso num grupo e no outro.

O que a ciência diz

O que os cientistas vêm percebendo é que a forma como o consumo de alimentos é organizada ao longo do dia faz diferença. E que concentrar as calorias nas primeiras horas da manhã pode ser coisa benéfica. Essa é uma suspeita persistente há anos. Já em 1997, um grupo de pesquisadores das universidades de Manchester e Liverpool, no Reino Unido, concluiu, depois de analisar um conjunto de trabalhos da década anterior, que “ingerir refeições idênticas ao longo das 24 horas do dia não vai resultar em absorção constante dos componentes dos alimentos”. Significa dizer que pouco importa se você consumir as mesmas calorias nas diferentes refeições – a forma como seu corpo vai usar esses recursos será diferente, variando conforme a hora do dia.

Fonte: www.epoca.globo.com

Um celular pode ser 10 vezes mais sujo que um banheiro

Pesquisadores encontraram mais de 17 mil bactérias em aparelhos de alunos do ensino médio

Para muitas pessoas o celular virou um item obrigatório em qualquer e toda ocasião. Existem pessoas que não conseguem se desgrudar de seus smartphones nem para comer ou ir ao banheiro. Para algumas ainda, compromissos mais importantes onde o uso de celular não é o permitido ou adequado se torna uma grande tortura.

Mas o que a maioria não sabe é quão sujo é um celular. Na verdade, a nossa própria mão é a responsável por transmitir a sujeira ao telefone. Segundo a revista Time, uma pesquisa realizada pela Deloitte revelou que os americanos mexem em seus smartphones cerca de 47 vezes por dia, oferecendo muitas oportunidades para que os microorganismos saiam dos dedos e instalem-se no aparelho.

Um dado assustador sobre o assunto foi revelado por cientistas do Arizona. Eles descobriram que os telefones carregam 10 vezes mais bactérias do que a maioria dos assentos de banheiro. Um outro estudo encontrou mais de 17 mil genes bacterianos nos telefones dos alunos do ensino médio.

Se uma pessoa estiver com alguma doença infecciosa, como uma gripe ou um resfriado, e tossir na mão antes de mexer no celular ou tocar no telefone de um colega, o vírus pode se espalhar rapidamente, contaminando diversos indivíduos.

Segunda professora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan, Emily Martin, a maioria dos microrganismos encontrados nos smartphones não são agentes patogênicos, ou seja, eles não o deixarão doente. A pele humana é naturalmente coberta por micróbios que geralmente não trazem consequências graves à saúde. Essas bactérias aliadas ao óleo natural da mão, grudam no aparelho a cada vez que você toca nele.

Portanto, são milhares os tipos de bactérias que estão presentes no celular e com algumas delas você deve se preocupar. “Nós não estamos passando a mão por um ambiente estéril, então, se você tocar uma superfície, pode haver algo nela sim”, declarou Susan Whittier, diretora de microbiologia do New York-Presbyterian e da Columbia University Medical Center, à revista Time. “Há muitos contaminantes nesse ambiente”.

Estudos encontraram patógenos preocupantes em alguns aparelhos, incluindo o Estreptococos, Staphylococcus aureus resistente à meticilina (mais conhecido pelas siglas SARM ou MRSA) e até mesmo o Escherichia coli, mais conhecida como E. coli. Apesar da maioria delas serem inofensivas, algumas podem causar infecções nada agradáveis como problemas intestinais.

Felizmente, existem maneiras fáceis de evitar que alguns desses germes infestem seu celular. Uma boa alternativa é começar a deixar seu aparelho bem longe do banheiro. Segundo pesquisadores, este é o pior lugar para usar o telefone. “Levar um telefone celular para o banheiro e depois sair com ele é como entrar, não lavar as mãos e depois voltar”, diz Martin. “É o mesmo nível de preocupação”.

E se depois de ler tudo isso o que você mais quiser for limpar seu celular, existem alguns métodos que podem te ajudar. Muitas pessoas limpam seus smartphones apenas com um pano simples, acreditando que isso basta para remover a maioria dos germes, mas não é bem assim. Para uma limpeza mais profunda, o ideal é usar uma mistura de água e álcool, cerca de 60% e 40% de cada um respectivamente. Umedeça um pano com a solução e limpe suavemente seu aparelho. Se você não estiver doente, fazer isso a cada dois meses deve bastar.

Fonte: http://epocanegocios.globo.com

Lentilha baixa o colesterol e afasta o diabetes

A leguminosa é rica em fibras, proteínas e antioxidantes, um combo poderoso para a saúde

Sorte de quem inclui a lentilha no dia a dia e não apenas nas celebrações da passagem de ano. A escolhida como símbolo da fartura na festa de Réveillon ostenta vantagens ao corpo. Embora aqui no Brasil ela não esteja no cotidiano, na Europa e na Ásia — sua terra natal, diga-se — marca presença nas mais variadas preparações, sendo uma das principais fontes proteicas em locais onde o vegetarianismo sobressai, caso da Índia.

Também oferece minerais como o ferro, o magnésio e o fósforo, trio que dá um chega pra lá no cansaço. Uma de suas maiores riquezas, no entanto, é mesmo a quantidade de fibras.

Aliás, essa opulência faz com que alguns fujam do alimento por temer os desconfortáveis gases. Uma estratégia para evitar o problema é deixar os grãos de molho durante a noite e trocar a água antes do cozimento.

Também é fundamental caprichar na mastigação. Vale a pena, até porque é justamente pelo seu alto teor fibroso que a leguminosa é apontada como uma senhora protetora do peito.

Suas fibras solúveis passam pelo processo de fermentação no intestino, dando origem a certos ácidos graxos capazes de inibir a produção do colesterol lá no fígado. As taxas da molécula gordurosa, então, tendem a baixar e as artérias ficam livres de sufocos.

Consumir o alimento cerca de três vezes por semana também já foi associado à proteção contra o desenvolvimento de diabetes. Que tal dar uma chance à lentilha no dia a dia?

Um conselho

Para usufruir do ferro oferecido por essa leguminosa, um macete é consumir seus grãos junto a fontes de vitamina C. O nutriente encontrado na acerola, na laranja, nos brócolis e na couve favorece a absorção e o aproveitamento do mineral que combate a anemia.

Raio X da lentilha*

Energia: 93 calorias
Proteínas: 6 g
Fibras: 7,9 g
Ferro: 1,5 mg
Fósforo: 104 mg
Magnésio: 22 mg

*Os valores se referem a 100 gramas, o correspondente a 1 concha grande lentilha cozida

Fonte: Esse texto foi retirado do livro “50 Alimentos Funcionais”da revista SAÚDE – www.saude.abril.com.br

Há uma nova ameaça invisível na água potável: microplásticos

Sinônimo de praticidade, o plástico se tornou tão útil na vida moderna a ponto de ser encontrado por todos os lados — até onde não deveria.

Evidências científicas crescentes demonstram que a onipresença do plástico em produtos cotidianos (de embalagens à cosméticos, passando por roupas e artigos domésticos) tem contribuído para uma poluição sem precedentes no , e que não respeita fronteiras.

A contaminação das águas dos oceanos por detritos do material é um dos efeitos mais estudados pelos cientistas. Além de formar imensos bolsões de resíduos à deriva no mar, o lixo plástico já atinge as remotas praias do Ártico e as regiões mais profundas dos oceanos.

Agora, um estudo inédito revela que micropartículas plásticas podem estar presentes até mesmo na água potável que é servida à população em vários países do mundo.

A pesquisa, divulgada nesta semana pela organização Orb Media, encontrou vestígios de fibras de plástico microscópicas em 83% das 159 amostras coletadas de várias partes do mundo.

Foram encontradas microfibras plásticas até mesmo na água engarrafada e em casas que usam filtros de osmose reversa, um dos processos mais utilizados para fazer a purificação da água.

“A contaminação desafia a geografia: o número de fibras encontradas em uma amostra de água da torneira do restaurante Trump Grill, na Trump Tower, em Manhattan, nos EUA, foi igual ao encontrado em amostras de Beirute, no Líbano”, diz o relatório da Orb.

A pesquisa feita com apoio da Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota, que centralizou as análises globais, mostra que dos salões do Congresso dos EUA até as margens do Lago Victoria, em Uganda, mulheres, crianças, homens e bebês estão consumindo plástico em  cada copo de água. Ou seja: os microplásticos não estão apenas sufocando os oceanos, mas também a água potável do mundo. Inclusive a do Brasil.

Em parceria com a Orb, o, coletou 10 amostras extras de águas em residências da capital paulista e as enviou para análise na Escola de Saúde Pública da Universidade de Minnesota. A análise revelou que nove em cada 10 amostras continham microfibras de plástico.

A empresa de saneamento de São Paulo, Sabesp, assim como as demais empresas do setor no Brasil, não faz a filtragem desse material. Não há obrigação legal para que isso ocorra.

As empresas de tratamento de água seguem as determinações da Portaria 2914, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano. E não há nenhuma referência na norma para controle de microplástico na água.

Na maioria das vezes, as fibras de vestuário são muito pequenas para serem filtradas nas estações de tratamento de águas residuais e acabam sendo descarregadas em córregos, rios, lagos e, eventualmente, no oceano.

“Nós acreditamos que o acesso a água limpa é um direito humano”, disse em nota Jane Patton, diretora geral do Plastic Pollution Coalition, entidade internacional que reúne representantes de Ongs, empresas e governos para combater a poluição plástica.

“Certifique-se de que o governo da sua cidade sabe que você espera que eles mantenham a água potável segura”, acrescentou Patton, recomendando que a população exija dos legisladores e governantes alguma ação sobre as micropartículas de plástico na água.

Riscos à saúde?

Os detritos plásticos são contaminantes complexos e persistentes do ponto de vista ambiental. O plástico é quase indestrutível e, no meio ambiente, só se divide em partes menores, até mesmo em partículas em escala nanométrica (um milésimo de um milésimo de milímetro). Ainda assim, a natureza é incapaz de “digeri-lo”.

Independentemente do tamanho do detrito, os plásticos muitas vezes contêm uma ampla gama de substâncias químicas usados para alterar suas propriedades ou cores e muitas delas têm características tóxicas ou de disrupção endócrina (imitam hormônios capazes de interferir no sistema endócrino). Para piorar, os plásticos também podem atrair outros poluentes, incluindo dioxinas, metais e alguns pesticidas.

“Nós temos dados suficientes, só de olhar para os impactos que o plástico está gerando sobre a vida selvagem, para se preocupar”, disse ao The Guardian, Dr. Sherri Mason, especialista em microplástico da Universidade Estadual de Nova York , que supervisionou as análises da Orb. “Se isso está impactando [a vida selvagem], então, como pensar que não vai nos afetar de alguma forma?”

Para os cientistas, o desafio é duplo: de um lado repensar os padrões de consumo e produção de plástico no mundo, incluindo aí formas de recolher e reaproveitar esses resíduos impedindo que eles contaminem o ambiente; e do outro, identificar os riscos que a ingestão de microplástico representa para os seres humanos.

A tarefa não será fácil. Como revelou estudo recente, o mundo já produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico desde que a produção em larga escala de materiais sintéticos começou, no início da década de 1950. É tanto plástico que equivale a cerca de 25 mil vezes o peso do Empire State Building, em Nova York. De todo esse lixo, apenas 9% foi reciclado, 12% foi incinerado e 79% está acumulado em aterros ou poluindo o ambiente natural.

Fonte: www.exame.abril.com.br

 

Internet pode beneficiar a memória?!

Acredite: a tecnologia tem tudo para se tornar uma grande aliada do cérebro dos mais velhos

Para quem já está acostumado com o mundo digital, ações como o clique duplo ou o Ctrl+c e Ctrl+v parecem básicas. Porém, para as mulheres acima de 65 anos que fizeram parte de um estudo da Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, esses comandos propiciaram ganhos em suas capacidades cognitivas.

Elas participaram de 15 oficinas de navegação na internet e, ao fim do experimento, um questionário indicou uma melhora significativa na memória e na atenção. Já outro grupo, que permaneceu offline, teve uma piora nas mesmas funções.

“É natural que certas habilidades diminuam com o envelhecimento. Mas mostramos que é possível estimular a cognição dos idosos com o uso do computador”, conta a psicóloga Mônica Kieling, autora da pesquisa.

4 dicas para dar início à vida digital

Faça um roteiro
Escreva um passo a passo com todas as instruções para fazer o básico. Isso inclui senhas e como ligar e desligar a máquina.

Perca o medo
Um dos maiores receios dos idosos é estragar o computador. Não se preocupe: ele é resistente. Pode explorar à vontade.

Procure ajuda
Pergunte se familiares ou amigos podem auxiliar no começo. Mas atenção: o professor tem de ser paciente.

Vá com calma
Não tente assimilar tudo de uma só vez. Aprender três novas coisas com uma hora de prática já é mais do que suficiente.

Fonte: www.saude.abril.com.br

Pesquisas mostram como a gordura abdominal pode estar relacionada ao câncer

Estudos recentes demonstram que a gordura viceral tem papel importante no desenvolvimento de tumores ligados à obesidade

A ciência já estabeleceu que a obesidade é a segunda maior causa de câncer considerada “prevenível”. Ela está associada a 13 tipos diferentes de câncer — entre eles, o de mama e o de pâncreas, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Novos estudos, no entanto, estão tentando identificar o papel da gordura abdominal nesses tipos de câncer. Cientistas acreditam que ela pode ter um papel importante na formação de tumores porque são consideradas “biologicamente ativas” — ou seja, podem produzir substâncias que alteram o metabolismo e a saúde.

A mais recente dessas pesquisas, publicada em agosto no “Oncogene”, periódico ligado ao grupo “Nature”, mostra como a gordura visceral contribui para que uma célula saudável se transforme em cancerosa.

A pesquisa da Michigan State University, nos Estados Unidos, mostrou que a gordura abdominal produz a proteína FGF2 (sigla em inglês para “fator de crescimento de fibroblastos 2”). Em ratos, o composto foi capaz de “produzir tumores”.

Em uma segunda fase do teste, pesquisadores retiraram a FGF2 de secreções de mulheres. Ao transportar a substância para cobaias, também a proteína delas produziu mais células cancerosas.

Um outro estudo de meta-análise publicado no “British Journal of Cancer” em junho demonstrou que, em pessoas já obesas, um aumento de 11 cm na circunferência abdominal aumentou o risco de cânceres ligados à obesidade em 13%.

O estudo compilou dados de mais de 43.000 pessoas acompanhadas por cerca de 12 anos, e de outras 1.600 pessoas diagnosticadas com um câncer relacionado à obesidade.

Ainda, o acúmulo de gordura abdominal foi associado com maior risco para o câncer de colo de útero em estudo publicado na “PLos” em 2014. Estudos prévios já haviam demonstrado a relação da obesidade com esse tipo de câncer.

Uma outra pesquisa publicada em 2013 no “Cancer Prevention Research” mostrou que a gordura visceral está ligada ao câncer do intestino. Para verificar isso, pesquisadores separaram cobaias em três grupos: o primeiro comeu tudo o que quis; o segundo, também teve uma dieta irrestrita, mas teve sua gordura visceral removida por cirurgia; e o terceiro também teve a gordura removida, mas consumiu 60% menos calorias.

Nos resultados, cientistas observaram que os ratos que tiveram a gordura visceral removida desenvolveram menos tumores intestinais.

Segundo os pesquisadores, os resultados conseguiram demonstrar o papel exclusivo da gordura abdominal no câncer porque, naqueles ratos que continuaram obesos, a retirada da gordura abdominal por cirurgia conseguiu diminuir os números de tumores.

Todos esses estudos apontaram que, além do Índice de Massa Corporal (IMC) – número utilizado por médicos para medir o quanto o peso está saudável ou não – a circunferência abdominal deve ser incorporada entre as medidas importantes para estabelecer o risco do desenvolvimento de doenças.

Gordura na barriga é “biologicamente” ativa

Muitos desses estudos especulam que a gordura acumulada no abdômen seja biologicamente ativa. A hipótese é que elas liberam hormônios e alteram o metabolismo da região.

Já a gordura no restante do corpo é, em sua maior parte, subcutânea e menos ativas biologicamente. Ainda, a gordura visceral está perto da veia porta, que “drena” o sangue do sistema digestório e pode carregar substâncias produzidas por essas células de gordura para outros órgãos, como o intestino e o fígado.

Todas essas hipóteses precisam ser melhor testadas — principalmente porque cada câncer tem um mecanismo específico, apontam as pesquisas.

Fonte: www.g1.com.br

Depressão pós-parto: 20% das mulheres com sinais não pedem ajuda

Ao deixar de relatar a ansiedade e o estresse depois do parto, muitas mães não recebem o tratamento para essas desordens

O debate sobre saúde mental tem sido cada vez mais aberto na sociedade. Ainda bem! Mas alguns grupos têm dificuldade para falar sobre o tema, como mostra um estudo publicado no Maternal and Child Health Journal. Segundo o trabalho, apenas uma em cada cinco mulheres vai atrás de ajuda enquanto sofre de desordens de humor típicas da depressão pós-parto, como ansiedade e estresse.

Anonimamente, cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, analisaram uma amostra de 211 mulheres que tinham dado à luz há, no máximo, três anos. Elas responderam, por exemplo, se experimentaram sintomas de depressão pós-parto e se relataram essa situação a profissionais de saúde (como doulas, enfermeiros ou médicos). Além disso, passaram várias informações sobre sua saúde mental e os obstáculos para buscar auxílio.

Com os questionários em mãos, os pesquisadores notaram que 51% das voluntárias preencheram os critérios para o quadro de desordens de humor ligadas ao pós-parto. E olha que preocupante: cerca de metade das participantes revelou encontrar barreiras que tornavam a procura por ajuda algo “extremamente difícil” ou até mesmo “impossível”. Mais de um terço delas, aliás, admitiu possuir apoio social insuficiente.

“Nosso estudo mostra que muitas mulheres que poderiam se beneficiar do tratamento não estão sob cuidado. Isso porque elas não contam para ninguém sobre suas dificuldades”, disse Betty-Shannon Prevatt, líder da pesquisa, para o site da universidade.

De acordo com ela, já é sabido que de 10 a 20% das mães sofrem com abalos de humor significativos depois do nascimento do filho – e isso pode afetar negativamente o bem-estar físico e emocional tanto da mulher quanto do bebê. Só que expor tais sintomas é o primeiro passo para tratar o quadro.

O trabalho não chegou a identificar as barreiras específicas que atrapalham o compartilhamento dos apuros no pós-parto. Mas foi possível notar que mulheres com histórico de problemas de saúde mental, desempregadas ou com sintomas mais severos costumam encontrar dificuldade maior na busca por amparo.

“Precisamos fazer com que seja OK para elas falarem sobre sua saúde mental. Assim, podem ter  melhor acesso ao tratamento. Trabalhar com as pessoas que convivem com as novas mães pode ser a chave”, comentou Prevatt.

Fonte: www.saude.exame.com.br