Açúcar do leite materno protege bebês contra infecções, dizem cientistas

Pesquisadores mostram que carboidratos também contribuem para ação protetora do leite materno. Achado pode levar a novas terapias antibacterianas.

Há muito tempo, a ciência já sabe sobre o papel benéfico do leite materno na imunidade do bebê. Na amamentação, por exemplo, sabe-se que há transferência de anticorpos e de importantes proteínas de ação antibacteriana.

Mas agora, cientistas da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, perceberam que também os açúcares presentes no leite humano aumentam a proteção passada de mãe para filho.

Segundo pesquisadores, trata-se do primeiro mapeamento sobre a atividade antibacteriana de carboidratos presentes no leite humano. O estudo é particularmente importante porque esses açúcares, ao contrário da maioria dos antibióticos, não são tóxicos.

Os resultados da pesquisa foram apresentados no domingo (20) em reunião anual da ‘American Chemical Society’. O estudo foi coordenado por Steven Townsend, professor-assistente da Universidade de Vanderbilt.

Cientistas estavam procurando diferentes métodos para combater bactérias causadoras de doenças. Toda a ciência, na verdade, está em busca de novas estratégias porque há um problema crescente de saúde pública com o fenômeno da resistência bacteriana a medicamentos.

Pesquisadores, então, decidiram se concentrar sobre os açúcares – que até agora, por serem muito mais difíceis de estudar, foram alvos de poucos estudos.

Como foi o estudo

Primeiro, cientistas coletaram carboidratos de leite humano, também chamados de oligossacarídeos, de várias amostras de doadoras diferentes.

Depois, com uma técnica de espectrometria de massa — que ajuda a identificar moléculas por meio da análise de sua estrutura química – foram identificadas milhares de biomoléculas.

Em seguida, eles adicionaram essas moléculas em cultura de bactérias e observaram o resultado com um microscópio. Eles descobriram que os açúcares de uma amostra quase mataram uma colônia de estreptococo – bactéria comum que costuma ser a causa de diversas infecções em recém-nascidos. Nas demais amostras, houve pelo menos alguma efetividade.

Agora, com demais estudos, a ideia é identificar o que faz com que alguns açúcares sejam mais efetivos que outros e, com isso, desenvolver medicamentos a partir desse benefício do leite materno humano.

Fonte: www.g1.com.br

Psoríase: tudo o que você precisa saber sobre o assunto

A psoríase é contagiosa? Tem cura? Como é feito o tratamento? Tire toas as suas dúvidas.

A psoríase é um problema de pele que assusta muita gente. Por causa do aspecto semelhante ao da micose, diversas pessoas acabam achando que ela é contagiosa, mas isso não é verdade. Para tirar todas as dúvidas a respeito do assunto, conversamos com a médica Caroline Semerdjian, que é dermatologista do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.

O que é a psoríase?

É uma doença infamatória da pele. “Se caracteriza por ter umas placas (lesões elevadas) que descamam e têm uma cor esbranquiçada”. Dependendo do caso, pode gerar coceira, mas isso não é regra.

Em que parte da pele costuma aparecer?

“Principalmente no couro cabeludo, cotovelo, joelho, região das costas, palma das mãos e sola dos pés”, cita a médica. Isso não significa que outras áreas também não possam desenvolver psoríase. A doença pode se manifestar até mesmo nas unhas.

O que causa esse problema?

“Não tem uma causa defina para a psoríase. O que a gente sabe é que quem tem psoríase também tem uma tendência a produzir mais queratina, que é uma proteína que deixa a pele mais grossa”. As crostas da psoríase nada mais são do que o excesso de queratina, segundo Caroline. Ela diz que é desconhecido o motivo pelo qual certas pessoas produzem mais queratina do que outras.

Como é feito o diagnóstico?

Por meio de biópsia.

Existe tratamento?

Sim. O tratamento pode ser feito com remédios de via oral, cremes e xampus ou por meio de radiação. Em se tratando de comprimidos, os mais utilizados são os compostos de Acitretina ou de Metotrexato.

A Acitretina é um derivado da vitamina A e o Metotrexato é um medicamento antifolato (que bloqueia o funcionamento das células) – esse medicamento também é usado no tratamento de alguns tipo de câncer, como a leucemia. Ambos atuam sobre a produção de queratina e são usados apenas em casos de psoríase intensa.

Cremes específicos, que devem ser aplicados nas lesões, também ajudam a dissolver o acúmulo de queratina. Eles geralmente são feitos em farmácias de manipulação e podem conter LCD (que é um derivado do carvão), uréia e ácido salicílico. Se as lesões estão localizadas no couro cabeludo, também existem xampus similares.

Outro tipo de tratamento é a fototerapia, que nada mais é do que a exposição da pele à radiação emitida por lâmpadas especiais.

Tem cura?

“A psoríase não tem cura, o que tem é o controle. Existem esses medicamentos que melhoram a qualidade de vida do paciente e que aliviam as lesões na pele. Mas, fatalmente, depois de um tempo ele vai acabar tendo uma crise de novo e vai ter que tratar novamente”.

Existem grupos de risco?

A dermatologista diz que não. “Todo mundo pode ter psoríase”. Mesmo assim, ela explica que o fator genético tem influência, que o problema é mais comum em homens do que em mulheres e que fumantes costumam desenvolver uma psoríase mais intensa do que os demais pacientes. Caroline também comenta que novas pesquisas estão investigando a maior probabilidade de psoríase em pessoas com diabetes.

O problema tem relação com a genética?

“Pode ter, sim, mas também pode não ter. Não é porque o meu pai tem psoríase que eu vou ter também, mas a probabilidade é maior”, diz a médica.

É contagioso?

Não. Por ter aspecto parecido ao de uma micose, muita gente acaba achando que a psoríase é contagiosa, mas não é.

É verdade que o problema tem fundo emocional?

Sim. Os chamados surtos de psoríase (que é quando a doença se manifesta na pele) muitas vezes estão relacionados a momentos de estresse intenso. Mas é importante lembrar que nem sempre o problema está atrelada a questões emocionais. No caso da psoríase gutata, por exemplo, o surto pode ser ocasionado por uma infecção na garganta.

O sol e o calor interferem na psoríase?

Sim. “O sol faz bem. Quando chega o verão e as pessoas começam a se expôr ao sol, os próprios pacientes já sabem que a psoríase melhora. E a gente também recomenda que eles tomem sol, pois os benefícios são comprovados”, garante a dermatologista. Ela diz que 15 minutos de exposição diária, no começo da manhã ou no final da tarde, são suficientes.

Fonte: www.mdemulher.abril.com.br

Pesquisas indicam que dieta menos calórica pode retardar efeitos do envelhecimento

Estudos mostram que mudança na alimentação ajuda a conter alterações no relógio biológico

Se fosse possível tornar real um elemento das histórias fantásticas, muita gente escolheria a fonte da juventude. Com os avanços da medicina, no entanto, isso talvez não seja mais necessário. Estudos desenvolvidos nos Estados Unidos e na Espanha mostram que uma dieta 30% menos calórica pode reduzir o envelhecimento por atuar positivamente sobre o relógio biológico.

Para estabelecer conexões entre o relógio biológico e o envelhecimento, os cientistas do Centro de Epigenética e Metabolismo da Universidade da Califórnia analisaram o tecido do fígado de dois grupos de camundongos aos seis meses e aos 18 meses de vida. O fígado foi o órgão escolhido por atuar na distribuição de energia do organismo.

Após o procedimento, os cientistas constataram que, embora o ciclo de 24 horas do sistema metabólico geral controlado pelo relógio biológico não tenha sofrido alterações nas duas fases da vida dos roedores, houve mudanças significativas no tecido do fígado: as células mais antigas do órgão processavam a energia de forma ineficiente. Depois, os médicos observaram outro grupo de camundongos submetidos a uma dieta 30% menos calórica, e ao fim de seis meses perceberam que a energia foi processada de forma mais estável, retardando o envelhecimento.

— Na verdade, a restrição calórica funciona rejuvenescendo o relógio biológico de uma maneira muito poderosa. Neste contexto, um bom relógio significava um bom envelhecimento — afirma Paolo Sassone-Corsi, diretor do centro de Epigenética e Metabolismo.

Funções inalteradas ao longo do tempo

Experimento parecido foi realizado por médicos do Instituto de Pesquisa em Biomedicina de Barcelona, mas, dessa vez, as estruturas analisadas foram células-tronco da pele de ratos. Assim como no estudo da Universidade da Califórnia, os cientistas espanhóis perceberam que a redução calórica fazia com que as funções rítmicas de estruturas relacionadas ao rejuvenescimento permaneceram inalteradas ao longo do tempo.

— A dieta com baixas calorias contribui muito para prevenir os efeitos do envelhecimento fisiológico. Comer menos parece evitar o envelhecimento dos tecidos e, portanto, evitar que as células-tronco reprogramem suas atividades circadianas— explica Salvador Aznar Benitah, que liderou o estudo espanhol.

Entre os mecanismos para reduzir o consumo de calorias na alimentação, os médicos apontam mudanças como a substituição de frituras por alimentos cozidos, além do aumento do consumo de frutas e vegetais em detrimento de comidas ricas em carboidratos como pães.

Para o médico Walmir Coutinho, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, é necessária uma mudança de hábitos:

— Há algum tempo se sabia que a restrição calórica era eficaz para aumentar a sobrevida, mas o motivo não era conhecido — analisa. — Esses estudos apontam para a relação com o ritmo circadiano e, assim, o que a pessoa pode tentar fazer é não sucumbir às armadilhas do meio ambiente moderno obesogênico, que conspira cada vez mais para todos ficarem com excesso de peso. Isso também depende de uma postura mais ativa das autoridades.

Fonte: www.oglobo.com

Alimentos e Insônia – Tenha um bom sono!

A insônia é uma desordem que afeta diretamente a qualidade de sono de um indivíduo, é considerada uma epidemia global, atingindo quase metade da população mundial.

E tem elevadas chances de ser transmitida ao longo de gerações por meio da hereditariedade. As causas variam de degeneração do tálamo, bloqueio de canais dependentes de voltagem em neurônios e baixa regulação de receptores de GABA no sistema límbico. A expressão genética também tem papel nesta condição, regulando a duração de sono. Enquanto que mecanismos moleculares tendem a atuar no relógio biológico em conjunto com o sistema nervoso acertando os períodos de sono.

Há variadas formas de tratamento desta condição, inclusive medicamentosa. Entretanto, o método de se aplicar alimentos funcionais como prevenção, foi pouco explorado até o momento.

A insônia instalada durante um longo período de tempo pode levar a importantes alterações na saúde, uma vez que o sono provoca efeitos na função cerebral. Uma privação de sono prolongada está associada com expressão de centenas de genes associados a inflamação, resposta imunológica e ao stress. Associada a diversas doenças, aumentando o risco para depressão, ansiedade e outras desordens psicológicas. Fibromialgia, doenças inflamatórias (artrites, artroses), dor de cabeça, demência, doenças cardiovasculares, obesidade, hipertensão e AVC. Além de estar associada a prejuízos na memória.  Dessa forma, nota-se que  um sono reparador, de qualidade e quantidade é essencial para qualidade de vida. Podendo ainda prevenir uma série de problemas de saúde.

A alimentação é uma ferramenta que promove efeitos diretos na qualidade de sono

Minerais como cálcio, magnésio e potássio estão associados com a melhora do sono. O triptofano, é precursor da serotonina, substância importante quando a questão é dormir. Também está associado a produção de melatonina, que junto da serotonina atuam no ciclo sono-despertar. Interessante ressaltar que para melhor aproveitamento de triptofano é indicado que este seja ingerido junto de carboidratos e aminoácidos neutros. Enquanto que alimentos com GABA, neurotransmissor associado a efeito inibitório no cérebro atua diretamente na promoção do sono. Esse nutriente está presente em grãos, trigo, arroz, que fazem parte da base da alimentação da maior parte da humanidade. Entretanto, no ato de se polir os grãos há perda significativa de GABA, magnésio e potássio. Podendo esta ser uma das razões pelo qual a insônia acomete tantos indivíduos atualmente ao longo do planeta. A deficiência leve de magnésio está associada ao aumento da inflamação e privação do sono.

Produtos ricos em açúcar, cafeína em excesso, chá verde, tem a tendência de contribuir para esta desordem de sono. Geralmente dietas com alto teor de açúcares simples tendem a reduzir a quantidade de horas dormidas. E, o sono curto pode reduzir a produção de leptina e aumenta a grelina causando aumento do consumo alimentar e energético, resistência a insulina e obesidade. Outro hábito que pode levar a insônia é o tabagismo.

A utilização de alimentos funcionais, cuja composição é rica em substâncias bioativas e nutrientes podem ser uma eficaz estratégia para promover melhora da qualidade de sono. Dentre eles há a Maca, produzida na China em altas altitudes. Tem propriedade medicinal relacionada a fertilidade, redução de glicose, pressão arterial, melhora de memória, ansiedade e depressão. Contém ácido hexadecanóico, cálcio e potássio promovendo melhora do sono.

O Panax ginseng tem efeito ansiolítico, a versão em extrato vermelha tem efeitos de melhora da insônia e apetite. O estudo recomenda a dosagem de 64g/Kg por 7 dias.

O cogumelo Lingzhi (Ganoderma lucidum) é usado na medicina chinesa, tem efeito tranquilizante, e ajuda a regular a produção de compostos inflamatórios. Tem aproximadamente 400 compostos bioativos, dentre eles vários que atuam no sono.

Aspargos em pó demonstraram efeito promissor em ratos, melhorando o estado de sono dentro de uma desordem.

Cevada é riquíssima em GABA, Magnésio e vitaminas do complexo B, superando significativamente outros grãos como o arroz. Está fortemente associado a boa qualidade do sono.

Uma dieta com base em vegetais e frutas está relacionado a noites de sono de 8h ou mais. Sendo que em alimentação reduzida nesse grupo alimentar e de peixes há a tendência de se dificultar o momento de dormir. Alguns alimentos como alface, cereja, nozes e kiwi podem atuar positivamente na prevenção da insônia. Devido a seus componentes bioativos e nutrientes que promovem o sono e tem eficácia em desordem de sono.

Leite consumido a noite também tem a tendência de atuar positivamente no ato de adormecer, devido ao seu conteúdo de metanonina e cálcio. Além desses alimentos, há uma grande variedade de alimentos funcionais cujo efeito na insônia ainda não foi elucidado.

A utilização de alimentos funcionais como prevenção de doenças crônicas também é considerada uma estratégia para combater a insônia. Uma vez que a desordem do sono provoca uma série de alterações metabólicas. Promovendo a busca de intervenções terapêuticas de tratamento e prevenção contra obesidade e diabetes melhorando a qualidade de sono.

Artigo escrito pela Dra. Mirtes Stancanelli, Nutrição

Fonte: http://www.brazilhealth.com

Solidão pode matar tanto quanto a obesidade

Levantamento com dados de quase 4 milhões de pessoas aponta que viver (ou se sentir) sozinho é bem mais prejudicial do que parece

Muito se fala sobre a prevalência e os prejuízos da obesidade. Mas uma análise apresentada na 125ª Convenção Anual da Associação Americana de Psicologia alerta para outro mal pra lá de nocivo: a solidão. De acordo com os condutores do trabalho — cientistas da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos —, uma das principais ameaças nesse sentido seria o aumento do risco de morte prematura.

A pesquisa ocorreu em duas partes. Na primeira, 148 estudos foram avaliados, totalizando 300 mil pessoas. Cruzando as informações dessa turma, os experts americanos concluíram que quem cultiva bons relacionamentos interpessoais tem 50% mais chances de não falecer antes da hora em comparação aos solitários.

Já a segunda etapa considerou os dados de aproximadamente 3,4 milhões de voluntários, divididos em 70 pesquisas. Como era de se esperar, também houve uma clara relação entre a solidão ou o isolamento social e o risco de morrer antes do tempo. Mas o que intrigou os experts é o fato de esses problemas, segundo o estudo, serem tão deletérios quanto a obesidade ou outras condições sérias de saúde.

O isolamento social é definido como pouco ou nenhum contato com outros indivíduos. A solidão, por sua vez, é marcada pela falta de conexão emocional com os demais. Ou seja, é possível se sentir sozinho mesmo em meio a um mar de gente.

Durante a convenção em que essa revisão foi apresentada, a professora de psicologia Julianne Holt-Lunstad, uma de suas autoras, destacou a relevância do achado para os que estão na terceira idade, quando a falta de contato social é mais comum. Para ela, tal associação reforça a importância de investirmos em iniciativas que promovem o engajamento e a interação desse público, como centros de recreação e jardins comunitários.

Fonte: www.saude.abril.com.br

Cardiologistas brasileiros estabelecem valores mais rígidos de colesterol ruim

As altas taxas de colesterol na população levaram a novas mudanças nos parâmetros usados pelos médicos para medir o problema.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) alterou valores de referência para colesterol e triglicérides, fechando o cerco dos limites considerados ideais. A mudança atinge principalmente o colesterol LDL, o “ruim”. Pacientes com risco cardíaco muito alto devem ter o índice abaixo de 50 miligramas por decilitro de sangue – antes, o ideal era de 70. Com a nova diretriz, o Brasil passa a ser o país mais rígido nesse parâmetro, segundo a SBC.

As mudanças foram publicadas em uma atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose. Na prática, os exames de colesterol agora vão indicar quais os valores de referência de acordo com o risco cardíaco dos pacientes.

“Quando uma pessoa que enfartou via que o valor ideal [de colesterol ruim] era abaixo de 160, nem voltava ao médico. Mas, para ele, a meta tem de ser mais baixa”, afirma o presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC, André Faludi.

São enquadrados no grupo de pacientes de risco cardíaco muito alto, por exemplo, aqueles que tiveram enfarte, derrame ou amputação da perna por doença na artéria. Já no grupo de risco alto estão os diabéticos, explica Faludi. Para esses, o colesterol “ruim” deve estar abaixo de 70 miligramas por decilitro de sangue. Pessoas que não têm fatores de risco podem ter o índice de até 130 mg/DL.

A ideia é que os médicos se atentem a esses novos valores para indicar o tratamento mais adequado aos pacientes. Os laboratórios também devem mudar os índices de referência nos exames. Segundo Faludi, alguns estabelecimentos já aplicam a nova regra. “A primeira diretriz que reduziu os níveis de colesterol LDL para 50 é a do Brasil. Mas a Sociedade de Diabetes Europeia já reduziu para 55 nos pacientes diabéticos com doença cardiovascular. Existe uma tendência. Nos Estados Unidos, para o indivíduo que já teve fator de risco, o tratamento é para reduzir o colesterol o máximo possível.”

As novas regras mudam ainda o colesterol total: antes o valor considerado desejável era abaixo de 200 mg/dl – agora é de 190 mg/dl. Para Faludi, manter os índices de colesterol “ruim” baixos é benéfico para os pacientes. “Isso reduz o risco de enfarte e derrame”, diz.

Para facilitar a avaliação de médicos sobre o grupo de risco em que se enquadram os pacientes, a SBC lançou um aplicativo gratuito. A ferramenta permite que o profissional preencha dados como idade do paciente, doenças crônicas e eventos prévios como enfarte e Acidente Vascular Cerebral (AVC) para determinar em qual grupo de risco ele está – e, assim, conferir qual o valor de colesterol considerado ideal.

Hábitos

Para especialistas, o cerco maior ao colesterol deve levar a mudanças no estilo de vida dos pacientes de alto risco. “Diminuir gorduras saturadas e gorduras trans ajuda no tratamento”, diz Faludi, que ainda destaca a importância de exercícios físicos regulares.

O documento com as novas diretrizes aponta, por exemplo, que o consumo de uma a duas porções de soja está associado a uma redução de 5% no colesterol ruim. Também incentiva a inclusão de fibras na alimentação e a decisão de banir o cigarro.

Em casos mais graves, para chegar aos parâmetros, no entanto, os pacientes precisarão de remédios. “A medicação tem de ser usada em muitos casos, mas a primeira ação é a mudança de estilo de vida. Não é nosso objetivo que a população simplesmente tome mais remédio”, pondera o cardiologista do Hospital do Coração (HCor) Antonio Carlos Chagas.

Para o publicitário Raphael d’Ávila Borges, de 31 anos, a medicação foi inevitável. Ele se preocupou quando viu o resultado dos exames, que apontava triglicérides em 490 mg/dl e colesterol ruim acima de 200 mg/dl . Nem o HDL – considerado o colesterol “bom” – de Borges estava adequado.

“Fiz dieta por três a quatro meses, mas não adiantou. Então, comecei a tomar remédio e, provavelmente, vou tomar para a vida toda”, conta. O publicitário ainda tenta controlar os carboidratos e gorduras.

Para o coordenador de marketing Davi Junior, de 37 anos, que tem colesterol alto, controlar o problema exige atenção e disciplina. “Faço exames rotineiros a cada três meses, em média”, afirma. Para diminuir a dose de medicamentos, pratica natação e modera na alimentação.

“Meu colesterol é tão alto que se só parar de comer determinados alimentos não chega ao ponto necessário. Tenho sempre de seguir esse trio (alimentação, exercício e medicamento) para dar certo.”

Fonte: www.uol.com.br

Reforma na lei dos planos de saúde deve dar equilíbrio financeiro para empresas, diz relator

Relator da Comissão Especial sobre Planos de Saúde, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), diz que é preciso “racionalizar” o sistema de saúde suplementar, que contempla quase 25% da população brasileira, dando equilíbrio econômico-financeiro para as empresas.

“Não podemos perder de vista que esta é uma atividade privada”, afirmou o deputado, durante audiência pública sobre os reajustes das mensalidades nos planos privados de assistência coletiva por adesão.

Na visão do relator, muitas vezes o Judiciário “transborda” o que determina a Constituição — “saúde um direito da população brasileira e dever do Estado” — e passa obrigações para os operadores privados. “A saúde suplementar complementa o sistema de saúde do governo, mas não pode e não deve ser confundido com o Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou.

O relator observou ainda que a incorporação das novas tecnologias impacta os operadores privados, que repassam os custos para os usuários, fazendo com que o peso dos planos no orçamento familiar fique abusivo. Segundo ele, há muitos interesses a serem conciliados na proposta que vai apresentar – o dos pacientes, o das operadoras e dos médicos, por exemplo.

Marinho acrescentou que vai apresentar até o final de agosto o substitutivo às mais de 140 propostas que estão sendo analisadas pelo colegiado. A comissão visa reformar a Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/98), e os projetos analisados tramitam em regime de urgência.

Médicos e reajustes

O presidente da comissão especial, deputado Hiran Gonçalves (PP-RR), afirmou que a classe médica ten sido colocada de lado na relação com os planos de saúde, lembrando que os médicos recebem de R$ 40 a R$ 70 por consulta.

“Espero que os médicos sejam contemplados no relatório”, completou.

Já a deputada Carmem Zanotto (PPS-SC), que pediu a realização da audiência, afirmou que os reajustes nos planos de saúde coletivos por adesão, fixados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), têm variado de 10% a 50%. Para a deputada, cláusulas contratuais que preveem, genericamente, reajuste de mensalidades são abusivas e, portanto, nulas de pleno direito.

O advogado especialista em direito em Saúde, Rodrigo Araújo, afirma que, atualmente, a maior dificuldade enfrentada pelo consumidor de planos de saúde é o custo do serviço e o reajustamento. Ele lembra que, de janeiro de 2015 até junho de 2016, as operadoras de saúde perderam mais de 3 milhões de beneficiários, mas houve a compensação dessa receita através da aplicação de reajustes não fiscalizados e nem controlados pela ANS. Prova disso, diz ele, é o fato de as operadoras, mesmo diante da evasão de clientes, terem aumentado o lucro de 2016 em 70,6% em comparação com o ano de 2015, conforme amplamente divulgado pela imprensa em junho desse ano:

— Portanto, a preocupação da Câmara dos Deputados em garantir o equilíbrio financeiro das operadoras é válida, mas não justifica a alteração da Lei para excluir Direitos conquistados pelos consumidores a duras penas durante a década de 90 e que decorreram de muitos anos de luta contra abusividades cometidas pelos fornecedores de serviços e de produtos. Quem, na verdade, precisa da interferência do Poder Legislativo para garantir esse equilíbrio financeiro é o consumidor, que precisa comprometer uma fatia cada vez maior de seu salário para pagar o plano de saúde, já que o reajuste desse serviço tem sido muito superior ao reajuste de salários.

Envelhecimento da população

O diretor-presidente da Seguradora Unimed, Helton Freitas, no entanto, disse que os planos de saúde têm sido reajustados abaixo da inflação do setor — embora acima da inflação geral— e que tem diminuído o número de pessoas que possuem planos de saúde no Brasil.

“O segmento mais atingido foi o das empresas, que não conseguem mais pagar o plano de saúde de seus funcionários”, informou.

De acordo com ele, apenas no “segmento de pessoas idosas” tem havido aumento de contratação de planos de saúde. Para Freitas, a reforma da lei deve incluir a discussão sobre o impacto do envelhecimento populacional sobre o sistema de saúde suplementar:

“As pessoas idosas adoecem mais: uma pessoa de 80 anos tem gastos 13 vezes maior para os planos do que os jovens”.

Ele pediu um marco legal “enxuto e reconhecido”, que reforce o valor dos contratos e que seja complementado pela regulamentação.

“A lei tem que regular menos; a agência, regular mais”, opinou.

Para ele, a regulação excessiva do governo retira a atratividade para os investimentos.

O diretor da Unimed afirmou ainda que o “crescimento exponencial” da judicialização no setor é um dos fatores que prejudicam o equilíbrio econômico-financeiro dos operadores de planos de saúde. Na visão dele, a Justiça muitas vezes tem ignorado o marco regulatório do setor em suas decisões.

Fonte: www.oglobo.com

Pesquisadores corrigem genes defeituosos em embriões humanos

Estudo publicado na “Nature” usou técnica de edição genética em doença cardíaca hereditária

A revista “Nature” publicou no dia 2 de agosto um artigo que descreve detalhadamente como pesquisadores modificaram genes humanos defeituosos gerando embriões humanos saudáveis usando uma técnica revolucionária de edição genética — a Crispr, que permite a modificação precisa de genes. O estudo foi liderado por Shoukhrat Mitalipov, da Oregon Health and Science University, nos EUA.

A façanha é particularmente importante porque indica que o genoma humano pode ser modificado para a correção de doenças. O artigo da “Nature” descreve que a técnica foi utilizada para a correção de uma mutação no gene MYBPC3, ligado a cardiomiopatia miotrófica, uma condição genética hereditária que dificulta o bombeamento do sangue pelo coração.

Os cientistas não “curaram” pessoas com a doença. Eles fertilizaram óvulos de 12 mulheres usando esperma de um homem com cardiomiopatia hipertrófica. Em seguida, injetaram uma enzima com Crispr, mecanismo que funciona como uma “tesoura genética”, que cortou a sequência de DNA mutada no gene MYBPC3 masculino, além de uma sequência sintética de DNA saudável.

Sequência de imagens mostra o desenvolvimento de embriões após injeção de uma enzima de correção de genes e esperma de um doador com uma mutação genética conhecida por causar cardiomiopatia hipertrófica. (Foto: Nature/OHSU)

A expectativa era que o genoma masculino copiasse essa seqüência saudável para a porção cortada, pois é assim que esse processo de edição de genes funciona em outras células do corpo e em embriões de camundongos.

No entanto, o gene masculino copiou a sequência saudável do gene feminino. Os autores não sabem por que isso aconteceu.

De 54 embriões, 36 ficaram sem mutação, uma melhoria significativa em relação às circunstâncias naturais de concepção, em que cerca de metade não teria a mutação. Outros 13 embriões também surgiram sem a mutação, mas não em todas as células.

O feito já havia sido divulgado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês) na semana passada. Com a publicação da “Nature”, no entanto, isso significa que a técnica foi referendada pela comunidade científica, já que o artigo foi revisado por outros cientistas antes da publicação.

Edição de genoma

Técnicas de edição do genoma humano são um feito há muito tempo almejado por cientistas, já que, teoricamente, isso indica que condições genéticas não mais serão uma “sentença” para toda a vida. Antes, cientistas chineses já reportaram a edição do DNA humano com sucesso e outros times de pesquisadores também pesquisam a utilização da técnica para correção do DNA em embriões.

Agora, melhorias importantes foram feitas para que a técnica se tornasse mais segura. Pesquisadores alertam, no entanto, que ainda há muito o que considerar para a aplicação clínica da técnica — como a necessidade da reprodução do mesmo feito em outras mutações genéticas.

Implicações éticas

A edição do genoma antes do nascimento é um tema há muito debatido na sociedade pela possibilidade de abuso no uso da técnica — como, por exemplo, a correção do DNA para determinadas predileções estéticas ou de raça.

Um relatório recente da Academia de Ciência, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos defendeu que cientistas não deveriam utilizar a técnica ainda para editar embriões antes da gravidez. O uso no laboratório, no entanto, foi considerado aceitável pela entidade.

Fonte: www.g1.com.br

Câncer: hábitos que contribuem até para o sucesso do tratamento

Estudos comprovam que certos hábitos são decisivos para ter sucesso contra a doença

Pessoas com câncer perguntam frequentemente sobre o que podem fazer junto ao tratamento para superar o problema ou impedir seu retorno. “A boa notícia é que agora temos o que recomendar a elas com base em evidências robustas”, comemora o oncologista Daniel Hayes, presidente da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês). O médico se refere à ênfase dada no congresso anual da instituição – o maior do mundo nessa área – para a importância do estilo de vida inclusive após o diagnóstico da doença. Sim, mais do que prevenir no mínimo um terço dos tumores, hábitos equilibrados ajudam a debelá-los com maior eficácia.

Um dos trabalhos de grande destaque nesse sentido foi apresentado por Erin Van Blarigan, epidemiologista da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Ela e seus colegas começaram orientando 992 voluntários com câncer colorretal a fazer exercício físico, cuidar do peso, ingerir grãos integrais, frutas e verduras e maneirar nas carnes vermelhas e processadas. Daí ficaram atentos a quem seguiu as metas propostas e às pessoas que preferiram deixá-las de lado.

Cerca de sete anos depois, o combo de medidas saudáveis culminou em uma redução de 42% na mortalidade. Mais: se o participante bebesse pouco álcool, baixava o risco de morte em 51% e o de recorrência da enfermidade, em 36%. “O método dessa pesquisa se parece com o usado para testar medicações. Ele é, portanto, rigoroso e confiável”, analisa o oncologista Raphael Brandão, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Porém, para obter a magnitude de benefícios observada, é necessário cumprir todas aquelas orientações. “Ou seja, ser o paciente nota 10”, brinca Brandão, que também integra o Centro Paulista de Oncologia.

Em última instância, o encontro da Asco – que ainda deu espaço a pesquisas sobre estresse, vacinação contra o HPV e por aí vai – reflete uma mudança em curso na oncologia. “A cardiologia, uma área mais experiente da medicina, já observou que o tratamento farmacológico, sem a adesão de hábitos equilibrados, não funciona direito. Agora é a nossa vez”, compara Brandão. A médica Mariana Laloni, coordenadora do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, na capital paulista, arremata: “Precisamos olhar primeiro para o indivíduo, não para a doença”.

Essa visão holística – para usar um termo na moda – aos poucos ganha força no Brasil. A BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo está em via de inaugurar um centro para quem sobreviveu ao câncer. “O objetivo é alinhar as terapias convencionais com o estilo de vida e, assim, minimizar o risco de problemas futuros”, esclarece o oncologista Fernando Maluf. “Sabemos que não é fácil parar de fumar ou começar a se exercitar, mas temos de incentivar essas estratégias, até por serem baratas”, defende.

Já o Instituto do Coração, o InCor, em São Paulo, criou um grupo para avaliar o papel da atividade física no controle de danos ao músculo cardíaco que são causados por quimioterápicos. “Queremos ver se ela ajuda a tolerar melhor as drogas”, contou o educador físico Carlos Eduardo Negrão, líder desse time, durante o congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.

Se essa é uma questão em aberto, sobram evidências do potencial de caminhadas e afins contra a fadiga, um efeito colateral difícil de ser atenuado com pílulas. Da prevenção ao tratamento, passando pelo manejo de reações adversas, nossos comportamentos podem atuar em praticamente todas as frentes de batalha contra o câncer.

Mais verde, menos carne

Aquele levantamento sobre estilo de vida e tumores colorretais faz coro à orientação do Instituto Nacional de Câncer (Inca) de comer, no mínimo, cinco porções de frutas e verduras por dia e, no máximo, 300 gramas de carne vermelha por semana – versões processadas devem ser evitadas. Tais regras valem na prevenção e no tratamento. “Os vegetais têm antioxidantes, que combatem a formação de radicais livres, e fibras, que diminuem o contato do corpo com compostos tóxicos”, diz Renata Brum Martucci, nutricionista do Inca. Já o excesso de embutidos e o de carnes preparadas em altíssimas temperaturas nos enche de moléculas nocivas.

Hábitos saudáveis, que incluem uma dieta rica em vegetais e pobre em carne vermelha, aplacam em 42% o risco de morte em pessoas com câncer colorretal.

Álcool, só um tantinho

Vamos recorrer, de novo, à pesquisa do início da reportagem: a baixa ingestão de itens como cerveja e uísque foi examinada à parte por não integrar as recomendações da Sociedade Americana de Câncer (ACS) voltadas para sobreviventes da doença. “Mas o impacto foi tão considerável que talvez mude a diretriz”, argumenta Brandão. O limite é de um drinque por dia para mulheres e dois para homens. “Só que isso entre gente com hábitos saudáveis”, salienta Renata. “Não sabemos se alguém obeso, sedentário e com má alimentação teria um risco adicional de sofrer com câncer ao beber, mesmo que apenas um pouco”, conclui.

Ao não tomar álcool em excesso e seguir outras atitudes saudáveis, o risco de morte cai 51% em vítimas do câncer colorretal.

Parar de fumar sempre ajuda

Existe a ideia de que, uma vez flagrado o câncer, não há razão para cessar o tabagismo. Besteira das grandes, que mereceu até palestra no congresso da Asco. Pra começo de conversa, o raio pode cair duas vezes no mesmo lugar – a fumaça decorrente das tragadas eventualmente patrocina mais de um nódulo maligno ao longo da vida. Depois que as substâncias do cigarro interferem na ação da quimioterapia. “Quem deixa de fumar, mesmo só após a descoberta da doença, vive mais, segundo os estudos”, sacramenta Carolina Kawamura, oncologista da BP.

Menos de 10% da nossa população fuma.
24 490 brasileiros morrem de câncer de pulmão por ano. O tabaco é a principal causa.

Vacina de HPV faz bem à boca

Um estudo da Universidade Estadual de Ohio (EUA) constatou que a prevalência de infecções bucais pelo vírus do papiloma humano foi 88% menor em quem tomou ao menos uma dose do imunizante. O achado tem implicações importantes, já que, na terra do Tio Sam, mais da metade dos tumores de orofaringe é ocasionada por esse vírus – sim, o cigarro já ficou pra trás. O cirurgião oncológico Luiz Paulo Kowalski, do A.C.Camargo CancerCenter, em São Paulo, crê que, no Brasil, a situação é similar: “Aqui no hospital, 75% dos tumores de amígdala são desencadeados pelo HPV”.

Reportar os sintomas ajuda (mesmo)

Entre 766 sujeitos com tumores avançados atendidos no Memorial Sloan Kettering Cancer Center (EUA), os que reportaram semanalmente pela internet seus sintomas viveram cinco meses a mais. “O impacto é maior que o de vários remédios modernos”, diz o oncologista Ethan Basch, autor da investigação. O médico André dos Santos, vice-presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, exemplifica: “A náusea pode sinalizar uma lesão renal pela químio. Ao pegarmos isso cedo, temos como conter os danos”. O expert sugere escrever numa agenda sobre o tratamento e os efeitos colaterais.

Quem reporta sintomas em um programa online vive mais 5 meses.
Pede-se para conduzir o paciente avançado aos cuidados paliativos no máximo 2 meses após o diagnóstico.

O peso da obsidade

O excesso de gordura corporal exacerba a produção de certos hormônios que aceleram a multiplicação celular. “Esse é um dos motivos que explicam o vínculo entre a obesidade e tumores como os de mama”, afirma Stephen Stefani, oncologista do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. Agora a novidade: cientistas da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, descobriram que mulheres obesas que perderam 5% ou mais do próprio peso tiveram uma redução de 56% no risco de manifestar câncer de endométrio. Emagrecer, portanto, rende ótimos frutos.

84 mil casos de câncer são atribuídos à obesidade todos os anos.
Mulheres acima do peso com tumor de mama têm o risco de morte aumentado em 75%.

Vale a pena fazer exercício físico

Quer provas? Uma pesquisa espanhola indica que a atividade física derruba pela metade o risco de mulheres com predisposição genética desenvolverem um tumor de mama. Outra, essa da Austrália, mostra que, entre 337 voluntárias com a enfermidade, as que se exercitavam possuíam o dobro de chance de estarem vivas após oito anos. “O desafio é definir o melhor treino e manter a adesão”, pondera Claudio Battaglini, educador físico da Universidade da Carolina do Norte (EUA). Hoje, a sugestão é 150 minutos de suor por semana. Contudo, Battaglini alega que mesmo uma menor frequência acarreta benefícios como controle da fadiga.

E lá vem o estresse

Ele vem se alastrando da psiquiatria para outras áreas médicas – e, agora, parece desembarcar na oncologia. Baseados em questionários respondidos por 301 pessoas, estudiosos da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, firmaram uma ligação entre passar nos últimos cinco anos por um evento muito inquietante – como perda de emprego – e uma probabilidade 78% maior de padecer com câncer de pulmão. “Faltam evidências para de fato atribuir esse efeito ao estresse, mas o estudo chama a atenção”, analisa Maluf. Talvez a queda na imunidade ocasionada pelo nervosismo esteja por trás do resultado.

Exame: cada um tem o seu

“É vital discutir avaliações preventivas com um médico”, crava Maria Del Pilar Estevez Diz, oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Para gente suscetível ao câncer de mama, por exemplo, a mamografia, isolada, não seria suficiente. Segundo análise da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul, a combinação desse teste com a ressonância magnética acarretou mais detecções precoces e uma maior sobrevida em 3 mil voluntárias de alto risco. “Diagnosticar a doença no início ainda possibilita tratamentos menos agressivos”, diz Maria Del Pilar. E isso está nas suas mãos.

Mediadas simples

Elas são aplicáveis no cotidiano e dão uma força para subjugar os tumores

Dá-lhe ioga
De acordo com um trabalho da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, a técnica fez com que mulheres sentissem melhoras na fadiga decorrente do tratamento e na qualidade do sono.

Um mix de castanhas
A ingestão semanal de 56 gramas de oleaginosas (dois punhados) foi associada, em um artigo americano e canadense, a uma queda de 42% no risco de reincidência de câncer colorretal.

Tecnologia contra a queda de cabelo
Há uma touca, disponível em poucos centros no Brasil, que resfria a cabeça durante a sessão de químio para minimizar a perda dos fios. Pois um artigo americano aponta que 50% das participantes se beneficiaram do método.

Creme para preservar as unhas
A onicólise, uma fragilização das unhas de quem se submete à quimioterapia, pode ser evitada com a loção Evonail. Um estudo sul-coreano mostra que a tática livrou 67% das usuárias desse incômodo.

Fonte: www.saude.abril.com.br